Este ano, uma notícia chocou o país: uma família de São Paulo manteve Yolanda, uma mulher negra hoje com 89 anos, sob trabalho análogo à escravidão por pelo menos cinco décadas.

A data de hoje marca os 134 anos do 13 de maio de 1888, o Dia da Abolição da Escravatura. Esta data merece um debate para que se possa combater o racismo e para a escravidão deixe de ser, de fato, uma realidade.

Quantas Yolandas ainda hoje estão esperando para serem resgatadas? Quantas décadas serão necessárias até que vizinhos percebam que os machucados e o olhar sempre para baixo de uma mulher negra são sinais de uma sociedade preconceituosa e violenta?

Em um texto publicado em um dos mais importantes portais com perspectiva de gênero, o Catarinas, a pesquisadora Cauane Maia escreveu que O 13 de maio se transformou em “um exercício de exaltação à uma pseudo liberdade concedida pela benevolência questionável de uma nobreza branca que, inclusive, foi (e ainda é) quem nos mantém em cativeiro”.

Você já parou para pensar que quando aconteceu a assinatura da Lei Áurea, milhares de negros foram abandonados nas ruas sem ter o menor acolhimento do Estado? Eles sequer tinham onde morar e não foi criada qualquer política pública que os beneficiasse. 

O 13 de Maio escancara o preconceito que até hoje existe no Brasil. Ele precisa ser o Dia Nacional da Denúncia Contra o Racismo. Somente ao se denunciar a falsa liberdade será possível que um dia outras Yolandas não sejam escravizadas. 

Não podemos falar no fim da escravização no Brasil enquanto o extermínio da população negra e o mito democracia racial continuarem existindo. Somos um país em que a realidade é a discriminação e a desigualdade. É necessário e urgente estar consciente das práticas e estruturas racistas para transformar esse cenário!

“Numa sociedade racista não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”. (Angela Davis)

SINDALESC – EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO E DE POLÍTICAS PÚBLICAS QUE COMBATAM A DISCRIMINAÇÃO E A DESIGUALDADE!

 

Para refletir

 Escravo, nem pensar! (ENP!) 

O Escravo, nem pensar! (ENP!) é o único programa nacional dedicado à prevenção do trabalho escravo. É produzido pela ONG Repórter Brasil. 

 

A sua missão é diminuir o número de trabalhadores aliciados para o trabalho escravo e submetidos a condições análogas a de escravidão nas zonas rural e urbana do território brasileiro, por meio da educação. Já foi responsável por prevenir 1,5 milhão de pessoas dessa violação no país.

 

https://escravonempensar.org.br/

 

Pureza 

O filme de Renato Barbieri é baseado na história real de Pureza Lopes Loyola
que, durante três anos, desafiou todos os perigos para encontrar seu filho e se tornou um símbolo do combate ao trabalho escravo.

O filme denuncia a realidade cruel do trabalho escravo e promove a reflexão sobre uma das causas mais importantes no Brasil e no mundo: o trabalho escravo contemporâneo.

 

7 Prisioneiros

 

O filme que foi sucesso na Netflix em 2021 não é baseado em uma situação de escravidão específica, mas em todo panorama da escravidão moderna. O cineasta Alexandre Moratto trabalhou na pesquisa do filme depois de ler uma notícia sobre tráfico humano em São Paulo.  

A trama acompanha a jornada de um jovem negro que sai do interior em busca de uma oportunidade de trabalho em São Paulo. Ele se torna vítima de um sistema de trabalho com condições análogas à escravidão em um ferro-velho.