Uma pesquisa divulgada este mês chamou a atenção sobre a realidade da violência contra as mulheres no Brasil. O estudo é extremamente revelador sobre a sociedade em que vivemos. Em um universo de 1.200 pessoas entrevistadas, com 18 anos ou mais, a metade disse que conhece uma mulher que já foi agredida pelo parceiro ou ex.

O dado curioso dessa mesma pesquisa é que 94% dos 400 homens entrevistados garantem que nunca agrediram uma mulher. Ou seja, a conta não fecha: se 94% dos homens negam agressões, mas 50% das mulheres já foram agredidas, onde estão os agressores? Podemos arriscar a dizer que estão escondidos em uma legislação que pune menos do que deveria e em uma sociedade que tornou a agressão às mulheres por seus parceiros uma prática comum. 

Outro número assustador é que as mulheres negras são as principais vítimas de feminicídio no Brasil: elas representam 67% dos casos notificados em 2020, dos quais 61% são de mulheres pardas e 6% pretas.

O 25 de novembro marca  o Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres. Um momento em que podemos parar para refletir e mudar essa realidade machista e perversa que é revelada pela pesquisa Redes de apoio e saídas institucionais para mulheres em situação de violência doméstica no Brasil, realizada pelo Ipec e Instituto Patrícia Galvão, com apoio do Instituto Beja. 

A resposta sobre o que pode ser feito talvez esteja na própria pesquisa. Para 90% dos entrevistados, se houvesse apoio do Estado, as mulheres em situação de violência doméstica se sentiriam mais seguras para denunciar e sair da relação violenta e, para 85%, os homens que praticam violência doméstica sabem que isso é um crime, mas acreditam que não serão punidos.

É urgente uma mudança cultural, em que as mulheres não sejam mais vistas como corpos que são objetos de posse e sujeitas a relacionamentos de controle e dominação. 

 

SINDALESC, EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO E PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

 

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