O 20 de Novembro é uma data muito importante em um país com uma herança de preconceitos e desrespeito à diversidade cultural, marcada por um passado escravista, como o Brasil. O Dia da Consciência Negra simboliza a resistência e a importância da ancestralidade. Não é à toa que ele faz homenagem ao líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, morto em uma emboscada pelas tropas coloniais brasileiras, em 1695.
Um momento como esse torna ainda mais evidente a necessidade de criar espaços de debate e de luta em prol da diversidade. Em toda a história da Alesc, por exemplo, apenas uma mulher negra havia ocupado o cargo de deputada: Antonieta de Barros, eleita em 1934 e, depois, em 1947. Esse ano tivemos um avanço com a posse de Vanessa da Rosa, que além de mulher negra, traz para a discussão as pautas anti racistas, da inclusão social e da diversidade.
A representatividade, pela ocupação de espaços de poder de uma mulher negra, e que luta pelos direitos e acessos da população negra, oportunizou o alinhamento com a reivindicação que o Sindalesc, de que haja cotas raciais no concurso público da Alesc, e em todos os realizados em Santa Catarina.
Depois do arquivamento de dois projetos na legislatura anterior, um que propunha cotas à Alesc, e outro com cotas para todos os órgãos públicos em Santa Catarina, o Sindalesc procurou a deputada Vanessa. Após a visita do Sindalesc a parlametar protocolou, em outubro, o Projeto de Lei (PL 424/2023) para o estabelecimento de cotas raciais de 20% das vagas para o ingresso de negros e negras no serviço público estadual, em cargos efetivos da administração pública direta e indireta.
Infelizmente, o processo de exclusão persiste no nosso país. O racismo é estrutural e está enraizado na sociedade. Datas como hoje e avanços como ter uma deputada negra na Assembleia Legislativa nos ajudam a refletir para construir um futuro mais representativo, inclusivo e igualitário, inclusive para a própria Alesc.