Desde 1988, a Constituição Federal estabelece o pluralismo político no Brasil e reconhece que “a sociedade é formada por vários grupos, portanto composta pela multiplicidade de vários centros de poder em diferentes setores”. Mais de trinta anos depois da aprovação da chamada Constituição Cidadã, até hoje sofremos com a falta de representatividade política.
É por isso que o tema da série “Seu voto: política na prática” de hoje é representatividade política. Vamos discutir a importância da pluralidade dos nossos representantes nas diferentes esferas do poder.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral apontam que esse ano, em média, 18,95% dos filiados aos partidos políticos são “homens de 45 a 59 anos”. Isso expõe a dificuldade de atrair para a vida partidária mulheres e jovens com menos de 24 anos. Isso que esses dados do TSE não levaram em conta cor da pele e outras informações que poderiam nos ajudar a identificar, por exemplo, quantos negros e quantos representantes das populações indígenas temos nos partidos.
É evidente que nos últimos anos tivemos alguns avanços, o Brasil vivenciou, por exemplo, o debate público sobre temas como assédio, aborto, maternidade e carreira.. Mas será que a opinião de quem não vivencia na pele esses problemas é a mesma de quem passa por eles? Obviamente, a resposta é não. Por isso, a representatividade é tão importante. E isso não é só em relação às mulheres, mas também aos negros, aos LGBTQIA+, aos indígenas e tantas outros grupos que hoje carecem de representação política.
Nas eleições que se aproximam, temos a oportunidade de começar a mudar esse cenário. Por isso, é tão importante escolhermos candidatos que realmente nos representem. As minorias não precisam apenas de voz, elas precisam de lugar nas diferentes esferas do poder.
SINDALESC, EM DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO E DA DEMOCRACIA.