Hoje, 21 de março, é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, uma data oportuna para refletir, agir e resistir contra o racismo. Ele não é um problema isolado, e sim uma questão estrutural enraizada em nossas instituições, relações sociais e culturais.
Recentemente, dois casos chocantes evidenciaram essa triste realidade. No mês passado, um motoboy negro foi agredido por um morador branco em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Mesmo sendo a vítima, o entregador acabou detido pela polícia. Esse episódio, registrado em vídeos que circularam nas redes sociais, mostra como a violência racial está presente em nosso cotidiano.
Em outra ocasião, há um ano, uma moradora branca do Rio de Janeiro foi flagrada agredindo e proferindo insultos racistas a um entregador negro. O entregador, em uma entrevista, expressou sua indignação, ressaltando que o tempo da escravidão já passou mas que se sentiu como um escravo sendo açoitado.
O racismo estrutural no Brasil tem suas raízes no passado colonial, onde negros e indígenas foram escravizados e marginalizados pela cultura dominante europeia. Ele não é um ato isolado, mas uma estrutura social que perpetua a desigualdade e o preconceito. Mas, como ressaltou o Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, em sua obra “Racismo Estrutural”, pensar o racismo como parte da estrutura social não isenta a responsabilidade individual sobre a prática de condutas racistas. Tanto que o racismo é crime no Brasil.
É hora de assumirmos nossa responsabilidade no combate ao racismo. Não basta apenas repudiar moralmente esses atos; é necessário adotar posturas e práticas antirracistas em todas as esferas da sociedade. A mudança real só virá quando cada um de nós se comprometer a agir contra o racismo, seja denunciando atos discriminatórios, promovendo a diversidade e a inclusão ou educando para o respeito e a igualdade. Que o dia de hoje nos inspire a refletir e agir pelo fim do racismo.