Campanha Assédio é coisa séria!

Campanha do Sindalesc mostra que assédio é coisa séria

 Uma série de ações buscando atacar o assédio no trabalho de diferentes formas, desde o desconhecimento sobre ele até o combate a essa prática tão nociva na nossa sociedade marcaram o último ano no Sindalesc.

Tudo começou quando o sindicato começou a ser procurado por algumas pessoas que tinham dúvidas sobre se algumas questões que aconteciam no seu ambiente de trabalho caracterizavam ou não assédio.Percebemos que era preciso entender a dimensão do problema para planejarmos como poderíamos atuar de forma mais qualificada para prevenir a prática, ouvir as vítimas e combater o assédio especialmente no ambiente de trabalho.

Algo que nos surpreendeu foi que muitas pessoas pensavam que o assédio se dava apenas em uma situação extrema, envolvendo violência física, quando, na verdade, ele pode aparecer usando diferentes máscaras. Por isso, percebemos que informar também era uma forma de combater o assédio e os assediadores.

A pandemia exigiu a reorganização de toda a estrutura de trabalho como até então a conhecíamos. Essas novas demandas trouxeram mais relatos e com elas a preocupação sobre uma pressão maior sobre os trabalhadores e trabalhadoras e, principalmente, sobre questões que envolviam as jornadas de trabalho. Tudo isso pesava sobre a saúde mental dos servidores.

Foi então que decidimos organizar um grupo de trabalho que envolveu pessoas não apenas do Sindalesc, mas de diferentes áreas, às quais somos muito gratos pelas contribuições. Esse grupo é responsável não apenas pela cartilha que lançamos hoje, mas também por várias atividades que desenvolvemos ao longo de toda a campanha. Realizamos a Live “Assédio no Ambiente de Trabalho”, estudamos o tema, criamos mecanismos de escuta e buscamos, de todas as formas, combater a cultura do assédio.

A ALESC sediou  no dia 23 de novembro, uma audiência pública que discutiu o assédio moral no trabalho. Ela foi realizada pela deputada estadual Luciane Carminatti em conjunto com o Sindalesc e o Fórum Catarinense do Serviço Público. 

A deputada parabenizou o Sindalesc pela iniciativa, e falou sobre como é importante pensar essas questões que estão presentes no dia a dia “Nós precisamos falar disso” argumentou. 

O presidente do Sindalesc, Alexandre Melo ressaltou a importância do Grupo de Trabalho do assédio montado pelo Sindalesc e ressaltou que “a coordenação da Aline, uma mulher que esteve à frente desse processo, o que bastante nos orgulha, assessorada tanto pelo Luiz Sérgio quanto pelo Paludo, dando suporte os trabalhadores Renata, Roberta e Antonio”.

A Vice-presidenta do Sindalesc, Aline Covolo Ravara trouxe exemplos pessoais, de quando foi assediada por um deputado da assembleia, e lembrou como o tema é complexo, e que justamente por isso, o grupo de trabalho resolveu elaborar uma cartilha que tira dúvidas, esclarece e orienta. A cartilha de prevenção Assédio é coisa séria está disponível no site do Sindalesc. 

A professora doutora do Núcleo de Estudos de Processos Psicossociais e de Saúde nas Organizações e no Trabalho (UFSC) Suzana da Rosa Tolfo afirmou que “Infelizmente, esse é um momento em termos de cultura, de país e de gestão organizacional extremamente propício a situações de assédio sexuais e morais”. 

A defensora pública estadual Anne Teive Auras trouxe dados que demonstram a desigualdade de gêneros no mercado de trabalho e que 40% das mulheres brasileiras já foram xingadas no trabalho e 33% que já foram humilhadas perante os colegas. 

Na audiência se debateu como o assédio é um crime que prejudica o ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador, inclusive no serviço público e a necessidade de evitar essa prática, uma bandeira que tem sido levantada pelo Sindalesc, em especial após a criação do Grupo de Trabalho no último ano. 

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