Em 24 de fevereiro de 1932, o Brasil testemunhou um momento histórico: a conquista do voto feminino.Hoje, ao completar 92 anos, essa data serve como um lembrete crucial da luta pela igualdade de gênero na política, ainda mais que, em 2024 temos eleições municipais.

A conquista do voto foi apenas o primeiro passo em direção a uma participação política plena das mulheres. As barreiras estruturais e culturais continuam a limitar seu acesso aos cargos políticos. Embora constituam mais da metade da população, apenas 17% dos parlamentares são mulheres. Para as negras, a situação é ainda mais desoladora, representando 28% da população, mas ocupando menos de 2% dos assentos no legislativo federal.

A violência política é uma das principais razões para essa sub-representação. O Brasil ocupa o 131º lugar entre 193 países em termos de representatividade das mulheres, um sintoma preocupante do machismo estrutural que permeia nossas instituições políticas. O ambiente político hostil e a violência contra mulheres eleitas desencorajam sua participação.

Apesar dos desafios, houve progresso. Em 2022, pela primeira vez, todos os países do mundo elegeram mulheres para o parlamento, representando em média 25,8% dos assentos disponíveis. No entanto, se continuarmos nesse ritmo, levará mais 80 anos para alcançar a paridade de gênero no parlamento.

A Lei 14.921 de 2021 é um passo importante para mudar essa situação, punindo aqueles que cometem crimes de violência Além disso, é necessário pressionar partidos políticos para apoiarem suas candidatas e implementar programas que capacitem mulheres para disputar cargos públicos. 

À medida que celebramos 92 anos da conquista do voto feminino no Brasil, é hora de renovar nosso compromisso com a igualdade de gênero na política. A presença feminina nos espaços de poder e tomada de decisão são fundamentais para uma democracia plena e inclusiva, onde todas as vozes sejam ouvidas e representadas.