Quando o assunto é assédio moral no trabalho, todas as vítimas sofrem. No entanto, para as mulheres essa é uma carga ainda mais pesada, afinal, elas são maioria entre as vítimas.

Pesquisas delineiam uma narrativa sombria: mulheres, em especial as negras, idosas, lésbicas, trans e pobres, carregam o fardo desproporcional desse flagelo. Estudo da Mindsight revela que o assédio sexual assombra três vezes mais mulheres do que homens, uma realidade muitas vezes abafada pelo silêncio das vítimas, com 97% dos casos não denunciados.
As violência contra as trabalhadoras têm várias dimensões, como a desigualdade salarial em comparação com homens no mesmo cargo e dificuldades para equilibrar multi jornadas.. Estas experiências permeiam um cotidiano marcado por controle excessivo, pressão por produtividade e um ambiente hostil, abusivo e tóxico, onde são frequentes deboches, gritos, ofensas e cantadas.
Uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, realizada em 2020, aponta que 76% das mulheres entrevistadas já sofreram variadas formas de violência e assédio no ambiente laboral. Desde gritos e xingamentos até agressões físicas e estupro, as trabalhadoras enfrentam um calvário diário sustentado pela cultura machista e patriarcal enraizada em nossa sociedade.
As consequências desse ambiente hostil são devastadoras, dos danos físicos aos mentais, do cansaço à falta de autoconfiança, minando a saúde e o bem-estar das trabalhadoras.
Neste 2 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral no Trabalho, o Sindalesc expõe as feridas infligidas por essa violência especialmente sobre as mulheres e a necessidade urgente de combater essas práticas.
Sensibilização e conscientização são fundamentais para romper com a inércia que perpetua esse ciclo de violência. Somente quando toda a sociedade se unir contra o assédio moral, denunciando os abusadores e punindo-os como é necessário, poderemos vislumbrar um ambiente de trabalho mais justo e seguro para todos e, principalmente, para todas.